Que patetice começar quando o fim do ano está quase a bater às nossas portas. Mas, para mim é tempo de (re)começar. Agora. Hoje mesmo. Uma e outra vez. Todos os dias. Todos os meses. Todos os fins de ano. Mais uma vez. Ou as vezes que forem precisas. Hoje, mais do que nunca, quero falar deste lugar que me é tão precioso. Não tem nada de especial e é tão importante, para mim, ao mesmo tempo. Aqui pedi vários desejos em silêncio. Em desespero. Fiz algumas promessas. Mas, acima de tudo agradeci muito. É uma pequena capela que fica ao cimo de uma colina. Aqui na aldeia todos a conhecem pelos “milagres”. Não sei se os faz. Ou se alguma vez teve lugar algum. Mas para mim, funciona como um farol quando começo a perder o sentido do que é importante. Na vida que tenho, que é parecida a de tantas outras pessoas, não é fácil conseguir parar. Falta-me tempo. E o tempo tem um valor incalculável. Este ano principalmente, ensinou-me a ser diferente. A recomeçar a viver verdadeiramente. A ter paciência e a ser resiliente. Este ano trouxe-me pessoas. Deu-me alguns êxitos. Levou-me pessoas. Tive perdas e fracassos. Mas, acima de tudo, ensinou-me o valor do tempo. Por isso, é importante encontrar lugares de tempo. O meu é aqui. A minha bolsa de ar, a que posso voltar quando preciso de me alinhar interiormente. Assim, quando sinto que a vida me foge, faço a minha peregrinação a caminho do alto. A caminho dos milagres. Aí. Respiro fundo. Limpo o coração. Solto o que me pesa. Sacudo a tristeza. E agradeço. Por tudo. Porque a vida sabe o que faz.

Cristina R

(Re)Começar

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