Outubro chega ao fim. Entrou sem perguntar. Assim. E deixou a porta aberta. Para a chuva. Para o vento. O frio. E os dias cinzentos. Tenho pouco a dizer do mês de Outubro. A não ser que foi de dor. De perda. E de um vazio enorme que ficou. Quero apenas deixar um lembrete, um post-it, que devemos levar pela vida fora. Não deveríamos precisar de dias maus para dar valor aos bons. A alegria deveria existir sempre. Não apenas em momentos de alívio. De ganhos. Ou de conquistas. Existir. Assim, sem mais nem menos. Mas estamos condenados ao “não tenho tempo”. Em relativizar tudo. Em querer sempre mais. O aqui e agora deixaram de ser suficientes quando? Travamos uma luta constante. Impossível de resolver. Porque não aceitamos menos. Porque queremos sempre mais. E nessa luta perdemos o mais importante. A presença de quem deixa de estar presente. Não devia ser assim. Mas é. Que triste me saiu este Outubro. Este ano ele não foi rosa. Este ano ele vestiu-se de preto. E quem me dera que ele nunca tivesse existido. Só que não.

CR

Outubro

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